Angustia!
Tantas lágrimas que me envolvem num turbilhão de emoções que eu não consigo organizar dentro de mim. Não me consigo encontrar na minha alma.
Não arranjo solução para descansar o meu coração!
Tristeza!
Um buraco negro parece estar a formar-se no meu interior e tentar tomar conta de mim!
Está a tentar impedir-me de continuar o meu caminho....
Saudade!
Eles estão no meu coração, mas estão tão longe de um abraço quente e aconchegado...
Será amor, será egoísmo?
Revolta!
Revolta porque ninguém quer saber da vida das almas que já percorreram quase a sua senda e a quem o corpo já não responde e começa a enfraquecer, os que estão a chegar ao fim desta passagem.
Já não servem para nada. São encostados aos cantos como as folhas velhas no inicio do Inverno.
Mas no Inverno também há vida! Mas parece que ninguém se apercebe disso e todo o carinho e todos os ensinamentos e toda a alegria de uma vida inteira não contam já para nada.
Dignidade!
Não há dignidade. As almas mais sábias, as que descobriram e ensinaram o amor nas suas diversas formas passam o seu Inverno da vida sem ninguém se preocupar com elas e lhes dar o carinho que lhes foi dado a chegada, a entrada na Primavera da existência.
Ninguém parece saber que eles precisam também desse carinho na partida, eles merecem tudo para partirem como chegaram a esta etapa. Em paz.
O ser humano em toda a sua grandeza...
A transformar-se em pedra.
Ou o toque de Midas a transforma-lo em ouro que de nada serve.
Quando o ser humano arrasar com a existência, vão perceber que o dinheiro não se come, o dinheiro não aquece como um abraço, o dinheiro não protege como um amigo. O dinheiro não traz nem sabedoria nem experiência nem mesmo riqueza…
És como uma mãe para mim....